sexta-feira, 17 de julho de 2009

1, 2, 3

Hoje estive no Tejo, mesmo na capital. Quase em trabalho, mas estive. Como o Sócrates é triste, para cá evitam-se as portagens. Melhor. Muito melhor. Passei pelo Mondego. Passei por Coimbra. Passei pelo meu amor. O rádio berrava Paulo gonzo com


“sei-te de cor”. Quase ri e chorei. Porque eu sei-te de cor Coimbra.
“Sei porque becos te escondes,
Sei ao pormenor o teu melhor e o pior
Sei de ti mais do que queria
Numa palavra diria
Sei-te de cor.”

Sei tudo isso. Num ano aprendi tudo isso. Não aprendi a diferença entre o xilema primário de uma monocotiledónea e o floema secundário de uma dicotilodónea. Mas chegado um miúdo sem saber o que era isso, sou um homem, mesmo sem saber o que é isso das angiospérmicas. Mas aprendi o que é a amizade. Aprendi o que é o companheirismo. Aprendi o que é conhecer vidas. Aprendi o que é chorar de felicidade. Aprendi o que é rir de tristeza. Aprendi tanto para a vida que as angiospérmicas não vão fazer diferença nenhuma. Tudo o que não aprendi está nos livros. Tudo o que aprendi não aprenderia doutra maneira. Parecia um tolo (daqueles mesmo tolos) a rir-me para o queimódromo. Era a feira popular. Carrosséis e carrosséis. Quantas carroças já aí apanhei. Quantas sonecas aí dormi num tal hospital para alcoólicos improvisado. Quantas mais hei-de dormir. O 14t arrancava. Quantas vezes me acartaste, etilizado, misturado com pessoas normais a caminho do seu ganha-pão. Quantas vezes me levaste, para não variar etilizado, a caminho da praça. Quantas vezes. Um táxi. “olhe leve este amigo aos casais”. E assim lá fui ter. Ainda hoje estou para saber como. Mas acordei. São e salvo. Como gosto pouco de ser chato (ahah) ficam os agradecimentos. Obrigado SUPERTUDO. Obrigado queimódromo. Obrigado 14t. Obrigado praça. Obrigado ipc. Obrigado Uc. Obrigado Taxi. Obrigado Sócrates. Obrigado Gonzo. Obrigado sonic. Obrigado ruas. Obrigado escadas. Obrigado casas. Obrigado gentes. OBRIGADO COIMBRA. Mais do que saber de cor quem és é amar quem és.


Coimbra não se vive a estudar.
Vive-se a rir e a chorar.

CAPITÃO ROMANCE

4 comentários:

  1. impressionante como não vivi isso, nem vou viver. em coimbra não! e quase nos fazes viver nas tuas palavras. eu agradeço-te a ti, por isto...

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  2. Não podia concordar mais com essa última frase...
    De facto quem vive Coimbra só para estudar, não desfruta das maravilhas que lá se vivem.
    Adorei a maneira como exprimes esse sentimento, está fantabulástico!

    beijoka gralha

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